Hoje, a nossa família e a nossa comunidade estão em choque e tristes, enquanto lutamos com a realidade de que nossa querida Ayşenur Ezgi Eygi se foi. Assim como a oliveira sob a qual ela estava deitada, onde deu seus últimos suspiros, Ayşenur era forte, bela e cheia de vida. A sua presença nas nossas vidas foi tomada desnecessariamente, ilegalmente e violentamente pelos militares israelenses.
Ayşenur era uma filha, irmã, parceira e tia amorosa. Ela era gentil, corajosa, engraçada, solidária e um raio de sol em nossas vidas. Ela demonstrava seu amor e seu coração de todas as maneiras. Ayşenur sentia uma profunda responsabilidade de servir aos outros e viveu uma vida cuidando e agindo em favor dos necessitados. Foi uma ativista de Direitos Humanos ferozmente apaixonada durante toda a sua vida - uma defensora firme da justiça.
Ayşenur havia acabado de completar 26 anos e se formou há três meses na Universidade de Washington, onde estudou Psicologia e Línguas e Culturas do Oriente Médio. Participou ativamente em protestos liderados pelo movimento estudantil, defendendo a dignidade humana e apelando ao fim da violência contra o povo da Palestina. Ayşenur sentiu-se compelida a viajar para a Cisjordânia para se solidarizar com os civis palestinos que continuam a enfrentar repressão e a violência contínuas.
Cidadã norte-americana, Ayşenur defendia pacificamente a justiça quando foi morta por uma bala que o vídeo mostra ter vindo de um atirador militar israelense. Agradecemos a declaração de condolências da Casa Branca, mas dadas as circunstâncias do assassinato de Aysenur, uma investigação insraelense não é adequada.
Apelamos ao Presidente Biden, à Vice-Presidente Harris e ao Secretário de Estado Blinken para que ordenem uma investigação independente sobre o assassinato ilegal de uma cidadã dos EUA e para que garantam a total responsabilização dos culpados. Pedimos privacidade ao público enquanto lamentamos e tentamos dar sentido à tragédia inimaginável que é o assassinato de Ayşenur.
A Rede Brasil-Palestina de Saúde Mental lamenta o assassinato de Ayşenur Ezgi Eygi, nossa colega profissional de saúde mental. Que sua luta e sua vida sejam sementes para que mais trabalhadoras(es) de todo o mundo se levantem em solidariedade à luta palestina.